Abafadores, desenho e conversa: como famílias preparam pessoas autistas para encarar 'bagunça' do Ano Novo
Celebrações do Ano Novo podem ser incômodas para pessoas com transtorno espectro autista A chegada das festas de fim de ano pode ser desafiadora para pessoas...
Celebrações do Ano Novo podem ser incômodas para pessoas com transtorno espectro autista A chegada das festas de fim de ano pode ser desafiadora para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os fogos de artifício, a música alta e a socialização quebram a rotina e podem gerar estímulos que afetam a sensibilidade e provocam estresse. Para contornar o cenário e tornar o momento mais acolhedor, autistas e suas famílias recorrem a diferentes estratégias, o que inclui o uso de fones abafadores de ruído, a prática de desenhar e conversas. Veja os relatos e dicas nesta reportagem. 🧠 Entenda: pessoas com TEA podem ter hipersensibilidade a ruídos e luzes, o que aumenta a irritabilidade e pode levar a crises. A interação social em excesso também pode ser prejudicial. Conversa e desenho no papel A Cíntia Arten é mãe dos gêmeos Lucca e Enrico, de 9 anos. Os dois são autistas nível 1 de suporte, são independentes, mas podem precisar de apoio em situações sociais. As luzes e o barulho dos fogos de artifício tornam essa época do ano ainda mais desafiadora. Previsibilidade: “Mantenho em casa, para manter, de certa forma, a rotina. A segunda coisa, dar essa previsibilidade. Hoje, no caso, já falei para eles que vamos receber amigos em casa, que vai ter festa, que meia-noite tem chance de ter os fogos”, explica. Desenhar para entender: “Também fizemos uma história visual. Tudo que conseguimos contar, transcrever o que a gente quer dizer no papel, também é algo que agrega valor a eles no sentido de ‘ah, ok, eu consigo visualizar o que teremos hoje pela frente”, completa a Cíntia. Mãe de gêmeos autistas de Campinas aposta em desenho no papel para explicar quebra de rotina no Ano Novo Reprodução/EPTV Amenizar o barulho dos fogos A Maria Graciane de Jesus também tem uma filha autista de 13 anos. “Ela fica: ‘mãe, tá chegando? Já está na hora?’ Até o hora ela pergunta que hora vai começar os barulhos. Ela fica muito tensa mesmo”, explica. Abafador e música: “Ela coloca o fone de ouvido, coloca uma música que ela gosta e aumenta o som. Tira a atenção dela do barulho e a atenção dela fica na música. É algo que ela consegue fugir dessa situação”, detalha a mãe de Ana. Entender e acolher A psicóloga Camila Canguçu Fernandes também recomenda que as famílias apostem em brinquedos ou outros objetos que ofereçam a sensação de acolhimento para o autista. Para amenizar o barulho dos fogos e manter a rotina, ela orienta: usar fones abafadores de ruído, que isolam ou amenizam o barulho externo; colocar as crianças para dormir antes que os fogos da meia-noite comecem; tentar manter a rotina o máximo possível; fazer adaptações no ambiente e torná-lo mais acolhedor. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.