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Bambu é usado na recuperação de áreas degradadas em Pardinho, SP

A Fazenda dos Bambus está inserida na Área de Proteção Ambiental Cuesta Guarani, no centro-oeste paulista, a 200 km da capital Arquivo/Instituto Jatobás Um...

Bambu é usado na recuperação de áreas degradadas em Pardinho, SP
Bambu é usado na recuperação de áreas degradadas em Pardinho, SP (Foto: Reprodução)

A Fazenda dos Bambus está inserida na Área de Proteção Ambiental Cuesta Guarani, no centro-oeste paulista, a 200 km da capital Arquivo/Instituto Jatobás Uma propriedade de 208 hectares, reconhecida como modelo de restauração ecológica e manejo sustentável. Esta é a Fazenda dos Bambus, inserida na Área de Proteção Ambiental Cuesta Guarani, no centro-oeste paulista, a 200 km da capital. Ela está situada numa região de grande importância pela rica biodiversidade e por abrigar o Aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios de água doce do mundo. Mas nem sempre foi assim. A propriedade nasceu da necessidade de regenerar uma área profundamente degradada que, no passado, era destinada à pecuária. Havia sinais severos de erosão, solo degradado e falta de água. A propriedade de 208 hectares é reconhecida como modelo de restauração ecológica e manejo sustentável Arquivo/Instituto Jatobás Diante desse cenário, o Instituto Jatobás, que administra a propriedade, assumiu o desafio de restaurar o equilíbrio ecológico. No processo de reflorestamento foram plantadas ao longo dos anos, mais de 134 mil mudas entre vegetação nativa da Mata Atlântica e mais de 40 espécies de bambu. A escolha do bambu, além de uma conexão pessoal da fundadora do Instituto Jatobás, Betty Feffer, foi também uma decisão estratégica, pois é uma planta de rápido crescimento que previne a erosão, contribui para o sequestro de carbono e tem grande potencial de uso comercial, tornando-se uma alternativa economicamente viável Na fazenda, o consórcio entre espécies nativas da Mata Atlântica e o bambu se tornou uma solução para recuperar áreas degradadas e acelerar a regeneração ambiental. No processo de reflorestamento foram plantadas mais de 40 espécies de bambu Arquivo/Instituto Jatobás O bambu cumpre um papel fundamental por crescer rápido. Assim protege o solo nos primeiros anos, reduzindo a erosão e aumentando a infiltração de água. Dessa forma, cria-se um microclima mais úmido e estável. O cenário é exatamente o que as árvores nativas precisam para se desenvolver com mais força e recompor a floresta. "O resultado é um sistema produtivo e regenerativo que reúne o melhor dos dois mundos. As espécies nativas ampliam a biodiversidade, fortalecem o ecossistema e devolvem vida à paisagem, enquanto o bambu garante estabilidade, cobertura e eficiência ecológica no curto prazo. Essa integração estratégica transforma o processo de restauração em um modelo de inovação ambiental, que hoje se expressa na alta diversidade de fauna , na proteção das nascentes e na impressionante expansão da cobertura florestal da fazenda", comenta Antônia Canto. Mais de 134 mil mudas de vegetação nativa da Mata Atlântica foram plantadas na área Arquivo/Instituto Jatobás Com as ações, houve aumento significativo da cobertura de vegetação nativa de 15% em 2006 para 77% em 2024. O uso estratégico do bambu no reflorestamento tem prevenindo a erosão, fixado carbono e fornecido matéria-prima renovável. Um conceito de agrofloresta composto por sistemas produtivos que integram bambus e espécies nativas. Outro resultado surpreendente foi o ressurgimento das nascentes na fazenda. "Onze nascentes foram recuperadas, garantindo maior disponibilidade hídrica local, fortalecendo o solo, favorecendo o equilíbrio do microclima e tornando o ecossistema mais resiliente e capaz de se regenerar naturalmente. A regeneração não apenas restaurou o fluxo natural da água, mas também criou condições para o retorno de uma grande diversidade de fauna, fortalecendo o equilíbrio ecológico local", comenta. Surucuá-variado (Trogon surrucura) já foi registrado na área Arquivo/Instituto Jatobás "Entre os registros, temos aves de diversas espécies, mamíferos como macaco-prego, jaguatirica, onça-parda, lobo-guará, capivara, paca, veado , quati , lebre, lontra, cachorro-do-mato e répteis como o teiú", completa. A propriedade mantém o cultivo orgânico e certificado dos bambus. No viveiro foram selecionadas 13 espécies, reunindo as variedades mais nobres e mais procuradas para usos como cerca viva, construção civil, mobiliário, arquitetura sustentável, bioconstrução, paisagismo e mobiliário. A fazenda também conta com um banco vivo com mais de 40 espécies, que permite avaliar quais se adaptam melhor à região com a ampliação da base genética o que garante material de qualidade para reprodução e estudos. Com as ações, houve aumento significativo da cobertura de vegetação nativa de 15% em 2006 para 77% em 2024 Arquivo/Instituto Jatobás Parte dos recursos gerados pelas atividades da fazenda é destinada a projetos sociais do Instituto Jatobás, que há 20 anos promove o acesso à cultura e desenvolve programas de capacitação para o mercado de trabalho e geração de renda no município de Pardinho (SP). A Fazenda dos Bambus também oferece visitas agendadas de estudantes, pesquisadores e profissionais interessados em conhecer espécies nativas, sistemas agroecológicos, manejo sustentável de bambus e modelos de restauração ecológica. Mais detalhes estão disponíveis na internet: https://www.institutojatobas.org.br/fazenda-dos-bambus/. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

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