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'Braço de ferro': conheça modalidade esportiva que deixou de ser brincadeira de bar e desafia atletas no interior de SP

'Braço de ferro': conheça modalidade esportiva que desafia atletas no interior de SP Dois mil anos antes de Cristo foram encontrados papiros egípcios com des...

'Braço de ferro': conheça modalidade esportiva que deixou de ser brincadeira de bar e desafia atletas no interior de SP
'Braço de ferro': conheça modalidade esportiva que deixou de ser brincadeira de bar e desafia atletas no interior de SP (Foto: Reprodução)

'Braço de ferro': conheça modalidade esportiva que desafia atletas no interior de SP Dois mil anos antes de Cristo foram encontrados papiros egípcios com desenhos que mostravam uma prática parecida com a queda de braço, segundo a Confederação Brasileira de Luta de Braço. O esporte é reconhecido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Comitê Olímpico Internacional (COI), possuindo uma federação mundial com 160 países afiliados. O esporte no Brasil é conhecido por diversos nomes, como “Francesa”, “Braço de Ferro”, “Cana” e “Jogo de Braço”. Ainda segundo a confederação, por um tempo, a modalidade sofria preconceito por ser considerada “coisa de boteco”, sendo relacionada a bebidas e apostas. Para dois atletas, de Avaré (SP) e São Miguel Arcanjo (SP), o esporte representa dedicação, coragem e força. Ao g1, os participantes contaram suas experiências na modalidade. 📲 Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp O “braço de ferro” começou a ser praticado como modalidade esportiva no país em 1949. Há 12 anos, o motorista de carreta Marcos Almeida, de 39 anos, morador de São Miguel Arcanjo, divide as estradas com a paixão pela queda de braço. Através de amigos que já lutavam, ele foi se aproximando da modalidade e conhecendo o esporte que começou para ele como uma simples brincadeira ao lado dos outros participantes. “É uma paixão que foi crescendo aos poucos dentro de mim pela adrenalina que traz, pela força. Não só física, mas mental também que representa coragem”, contou. Nas competições, Marcos chegou a viajar para outras cidades do interior paulista como Avaré, Pilar do Sul, Piedade, Lindóia e Capivari, além de visitar outros estados como Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina. Ele conta que, nas disputas, sempre consegue alcançar um lugar no pódio. Como participar? Segundo o atleta, não existe um perfil específico para participar da luta de braço: qualquer perfil é aceito. Para competir, porém, é necessário ter uma preparação física, com treinos para desenvolver força e o treino de mesa para aprimorar as técnicas e habilidades. À reportagem, Almeida explicou algumas regras: o cotovelo do competidor não pode sair da almofada; a mão não pode soltar do pino; o competidor não pode puxar antes do juiz dar a ordem e duas faltas podem desclassificar o atleta. Para ter dedicação ao esporte, também é necessário ter reconhecimento. Ao g1, o motorista afirmou que é impossível viver da modalidade no país. A participação gera gastos e alguns campeonatos não oferecem premiações em dinheiro. “No Brasil, o reconhecimento é baixíssimo, existem pessoas que nem sabem sobre a existência de campeonatos e pensam que ainda é só uma brincadeira de mesa de boteco”, apontou o atleta. Há 12 anos, ao lado dos amigos, Marcos, morador de São Miguel Arcanjo, conheceu o "braço de ferro" Arquivo pessoal/Marcos Almeida Longevidade O competidor Paulo Morbio, de 43 anos, natural de Avaré (SP), considera esse o esporte de mais longevidade para os atletas. Ele compara com outros esportes, como futebol e o MMA, em que a sua idade seria considerada o “fim da carreira”. Por dez vezes, Morbio foi campeão paulista na modalidade. Para ele, a luta de braço é um esporte democrático. Os participantes podem ser adultos, crianças ou idosos, de qualquer perfil. Além disso, na opinião de Morbio, um atleta pode mostrar que é mais forte do que seu adversário sem partir para a violência. Ao todo, são mais de 300 medalhas conquistadas. Destas, quatro foram conquistadas em Las Vegas, na Califórnia e em Washington, nos Estados Unidos. “Há mais de dez anos eu não disputo aqui no Brasil, na América Latina. Hoje eu preferi competir nos maiores campeonatos dos Estados Unidos e da Europa”, explica. Paulo é natural de Avaré, mas ficou um período no continente norte-americano. Aos 17 anos, ele foi para a Rússia representar o Brasil em uma competição. Para conseguir participar por tanto tempo, Morbio investe em treinos pesados com força para entregar resultados nas competições. “No nosso esporte, o treinamento é muito puxado. Além da técnica, precisa de muita força, muito preparo físico. Barra fixa, halteres e usa também muita borracha elástica, o treino é muito puxado”, explicou. Ao g1, Paulo reforçou que a queda de braço vem crescendo na Europa, assim como cresceu nos Estados Unidos. O retorno para o país de origem, segundo ele, foi para realizar serviços como atleta e treinador da modalidade. Mas a sua pretensão é ir até Avaré e desenvolver o esporte pelo município. O competidor, Paulo Morbio, de Avaré, já representou o Brasil em competições no Estados Unidos e na Europa Arquivo pessoal/Paulo Morbio Para participar das competições de "braço de ferro", Morbio investe em treinos com força Arquivo pessoal/Paulo Morbio *Colaborou sob supervisão de Eric Mantuan Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

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