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Morre 'Fernandinho do Depois', garçom ícone e personalidade de Sorocaba

Sorocaba se despede de Fernandinho, garçom ícone e personalidade da cidade foto: Edeson Souza Morreu na manhã desta sexta-feira (5) Fernando Martines Castijo...

Morre 'Fernandinho do Depois', garçom ícone e personalidade de Sorocaba
Morre 'Fernandinho do Depois', garçom ícone e personalidade de Sorocaba (Foto: Reprodução)

Sorocaba se despede de Fernandinho, garçom ícone e personalidade da cidade foto: Edeson Souza Morreu na manhã desta sexta-feira (5) Fernando Martines Castijo, o Fernandinho do Depois, um dos primeiros funcionários e alma do tradicional Depois Bar e Arte, um dos mais importantes pontos culturais de Sorocaba (SP). Fernando dedicou metade de sua vida trabalhando no bar, que neste mês comemora 40 anos de existência, sendo um dos mais longevos e resistentes do município. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Nascido em uma família humilde de forte descendência espanhola, Fernandinho se encantou ainda menino pelas ondas do rádio. Outra paixão foi a sétima arte, na qual chegou a se arriscar em produções, como conta o jornalista Gai Sang. Veja os vídeos que estão em alta no g1 “Ele sempre foi interessado em cinéfilo, principalmente os filmes americanos antigos. Tinha fitas-cassete com muitos filmes, revistas, cartazes e trilhas sonoras. Entre os seus preferidos: Charles Chaplin e Alfred Hitchcock”, conta o jornalista. Sorocaba se despede de Fernandinho, garçom ícone e personalidade da cidade foto: Edeson Souza Fernando foi um intelectual, militante, colecionador e cinéfilo. Mas foi nos trajes e na função de garçom do bar Depois que ele ganhou fama e arrebatou uma legião de admiradores e amigos. O bar, aberto no início da década de 1980 por Nilo Seiffert e Orivaldo Simonetti, surgiu em uma época que trazia ares de abertura política. Foi o local onde nasceram o Partido dos Trabalhadores de Sorocaba, o Grupo Imagem e outras manifestações culturais que tiveram o bar como ponto de encontro, com discussões acaloradas mediadas pela inteligência rápida e as piadas sarcásticas de Fernandinho. "Fernando era um cara muito doce com as pessoas, era competente e capaz, ao mesmo tempo sério. Era um cara que atendia bem, mas era austero. Ele superava todo aquele burburinho político do final da ditadura", relembra Simonetti, um dos fundadores do bar. A esquerda Nilo Sheiffer um dos fundadores do Depois Bar, e a direita Fernandinho foto: Edeson Souza Simonetti ainda fala sobre o orgulho de ter visto o crescimento do amigo. “Ficamos muito satisfeitos quando o Fernandinho se tornou um dos proprietários do Depois. Foi um motivo de super orgulho para a gente ver o cara que começou trabalhando se transformar em dono”, relata. Afastado da função desde o início da pandemia, Fernandinho fechou a conta na manhã desta sexta-feira – coincidentemente, no Dia Nacional do Happy Hour –, quando encerrou seu expediente. A mais triste das saideiras, conta Vera Lúcia, uma das últimas proprietárias do bar. “Ficamos só eu e ele no final da sociedade, com a vinda da pandemia e por já estarmos bem cansados por ter trabalhado muitos anos na noite, resolvemos vender o bar. Na pandemia, ele acabou tendo Covid, tomou três vacinas, mas desenvolveu um probleminha no coração e a pressão também ficou alta. Ele não estava muito bem de saúde e um mês e meio atrás teve síndrome de Guillain-Barré, mas não deu tempo nem de fechar o diagnóstico”, conta Vera. O velório começa às 19h desta sexta-feira (5) na Ossel de Votorantim. O sepultamento será no sábado (6), no Cemitério da Consolação. Retrato exposto no Depois Bar exibindo os sócios foto: Vera Lúcia *Colaborou sob supervisão de Gabriela Almeida Sócios do Depois Bar Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

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