São Paulo registra aumento de 14% nos acidentes de trabalho na construção civil em 2025
Até março deste ano, foram 377 casos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério de Saúde. O número equivale ...

Até março deste ano, foram 377 casos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério de Saúde. O número equivale a mais de 4 acidentes por dia. Queda de elevador de carga deixa 3 mortos em São Paulo O estado de São Paulo registrou um aumento de 13,9% nos acidentes de trabalho em atividades da construção civil até março de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram informados pela Secretaria de estado da Saúde. Até março deste ano, 377 casos foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. O número equivale a mais de quatro acidentes por dia. Em todo o ano passado, foram 1.390 casos de acidentes de trabalho no setor. Nesta segunda-feira (19), três operários morreram após a queda de um elevador de carga na obra de um condomínio residencial, na Zona Oeste de São Paulo, o empreendimento Reserva Raposo. Segundo o Corpo de Bombeiros, o caso aconteceu na altura do km 18,5 da Rodovia Raposo Tavares. Serão 22 mil apartamentos e uma expectativa de cerca de 80 mil pessoas morando no empreendimento. A BRZ Construtora, empresa responsável pela obra, informou que as causas do acidente estão sob investigação e a perícia técnica da polícia já foi acionada. Elevador de cremalheira em obra onde três operários morreram, em SP Reprodução/TV Globo O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), Antonio de Sousa Ramalho, confirmou que o número de acidentes em obras civil está aumentando. “Tem falta de mão de obra. Como as construtoras precisam entregar esses apartamentos, na maioria, já vendido, outros que têm mediação por banco, o que acontece? [Com] sobrecarrega dos trabalhadores e, às vezes, essa loucura para entregar no prazo, acontecem acidentes", afirmou ele. Procurado, o Sindicato dos Condomínios do estado de São Paulo (Sindicond) não se manisfestou até a última atualização desta reportagem. Como foi o acidente Elevador de cremalheira despencou do 17º andar da obra Divulgação / MTE O equipamento chamado "elevador de cremalheira" despencou do 17º andar da obra. Ele consiste numa cabine que se movimenta por trilhos verticais, instalados na parte externa dos prédios. Nele, podem ser transportados tanto materiais de construção quanto pessoas. Os três trabalhadores tiveram a morte constatada ali mesmo. Todos eram nordestinos. Amarildo Alves da Conceição, de 43 anos, natural do Maranhão; Raimundo Conceição dos Santos, de 25 anos, natural da Bahia; João Henrique da Silva Matos, de 20 anos, natural do Piauí. Antonio Ferreira Neto, um funcionário da obra que conhecia os operários, estava no local na hora do incidente. "Eu só escutei o baque. Saí correndo. Na hora que vi a queda, ali, quem estava dentro [do elevador]... era fatal. Poderiam ser 10, 12 pessoas", disse. Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que a obra tem alvará de aprovação e execução. Nesta segunda, técnicos da Subprefeitura do Butantã, da Defesa Civil e do Ministério do Trabalho e Emprego de São Paulo estiveram no local, mas não houve interdição da obra. A Secretaria da Segurança Pública informou que o caso é investigado pelo 75º Distrito Policial (Jardim Arpoador) e que foram solicitados exames ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML).