União Brasil retira candidatura de Rubinho Nunes à presidência da Câmara de SP e anuncia apoio à reeleição de Ricardo Teixeira
Rubinho Nunes (à esq.) desistiu de disputar a presidência da Câmara Municipal de SP com Ricardo Teixeira Montagem/g1/Rede Câmara O União Brasil anunciou na...
Rubinho Nunes (à esq.) desistiu de disputar a presidência da Câmara Municipal de SP com Ricardo Teixeira Montagem/g1/Rede Câmara O União Brasil anunciou na sexta-feira (12) a retirada da candidatura do vereador Rubinho Nunes da corrida para a presidência da Câmara Municipal de São Paulo e o apoio à reeleição do atual presidente, Ricardo Teixeira, que também é do mesmo partido. A eleição para a Mesa Diretora da Casa deve ocorrer na segunda-feira (15). A saída de Rubinho da disputa sacramenta a reeleição dada como certa de Teixeira para mais um ano à frente do Legislativo paulistano em 2026. O anúncio de apoio a Teixeira acontece após Rubinho ficar isolado desde que as maiores legendas declararam aval ao nome do atual presidente, tanto da base aliada do prefeito Ricardo Nunes (MDB) quanto dos partidos de oposição. Em um comunicado, a bancada de seis vereadores do União Brasil disse que reconsiderou a questão a pedido de Teixeira e após apelos do prefeito "pela pacificação e unidade da Câmara". "Considerando o pedido do presidente Ricardo Teixeira, do União Brasil, pelo apoio à sua reeleição e também o pleito do prefeito Ricardo Nunes pela pacificação e unidade da Câmara, a bancada de vereadores decidiu, por unanimidade, fechar questão sobre a recondução de Teixeira", disse a legenda. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Queda de braço O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o ex-presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil) Montagem/g1/Kayo Magalhaes/Agência Câmara e Richard Lourença/Rede Câmara Conforme o g1 publicou no início da semana, a retirada da candidatura de Rubinho já era esperada depois que os maiores partidos da Câmara anunciaram apoio a Teixeira, que já somava 38 votos a favor de sua reeleição. Para ser eleito, ele precisa de pelo menos 28 votos entre os 55 vereadores da casa. Aliados de Rubinho já diziam nos bastidores que ele precisaria sair da disputa para "não passar vergonha" no dia da votação. A indicação de Rubinho na corrida tem como pano de fundo uma disputa entre o ex-presidente Milton Leite, atual presidente estadual do União Brasil, e o prefeito Ricardo Nunes. Leite nunca quis que Teixeira fosse presidente da Câmara e, desde que o atual presidente assumiu em janeiro, ele manobrava para colocar seu apadrinhado político, vereador Silvão Leite, na segunda cadeira mais importante da cidade de São Paulo, atrás apenas da do prefeito. Ex-presidente da Escola de Samba Estrela do Terceiro Milênio, do Grajaú, da qual Milton Leite é patrono, Silvão Leite foi rejeitado para o cargo por todos os partidos da casa e o prefeito Ricardo Nunes por falta de experiência política. Ele está no seu primeiro mandato como vereador em SP. Antes e depois: o vereador eleito Silvão Leite como presidente da escola de samba do Grajaú e agora como parlamentar eleito, afilhado de Milton Leite Montagem/g1/Reprodução/Instagram Como havia um acordo com o União Brasil desde a sua reeleição para prefeito no ano passado de que o comando da Câmara ficaria com o partido, Nunes escolheu Teixeira, seu ex-secretário de Transportes, como homem de confiança dentro do União Brasil. Nunes também é o principal fiador da candidatura dele à reeleição. Do outro lado, Milton Leite manobrou para que os vereadores do União Brasil indicassem Rubinho Nunes, que é desafeto pessoal do prefeito. Na eleição municipal de 2024, Rubinho largou no meio da campanha a candidatura de Ricardo Nunes para apoiar Pablo Marçal (PRTB) à prefeitura. Por causa da traição, Nunes chegou a demitir indicados políticos de Rubinho da administração municipal ano passado e chamou o ex-aliado de "traidor" e "sem caráter". Os dois nunca mais se reaproximaram. Entre os partidos que já tinham anunciado apoio à reeleição de Teixeira estão o MDB de Nunes, o PT, o bolsonarista PL, o Podemos, o PP e o PSD, que formam as maiores bancadas da Câmara Municipal, conforme segue abaixo. Distribuição do apoio a Ricardo Teixeira: Partido dos Trabalhadores (PT) – 8 vereadores MDB – 7 vereadores União Brasil – 7 vereadores Partido Liberal (PL) – 7 vereadores Podemos – 6 vereadores Partido Progressista (PP)– 4 vereadores PSD – 3 vereadores Republicanos – 2 vereadores Rede Sustentabilidade – 1 vereador Total: 38 votos (o mínimo para ser eleito são 28 votos) Justificativa dos partidos Em comunicado para justificar seu apoio a Teixeira, os vereadores do PT argumentaram que “Rubinho Nunes é o mesmo vereador que ganhou fama ao perseguir a figura do Padre Júlio Lancellotti, importante liderança religiosa e uma das principais vozes dos direitos humanos na nossa cidade” e, posteriormente, “apresentou a absurda proposta para multar quem doava marmitas e alimentação à população em situação de rua”. Os petistas destacaram que, recentemente, Rubinho manobrou para aprovar a chamada CPI dos Pancadões, presidida por ele, que, segundo os vereadores do partido, “tem usado o espaço exclusivamente para gerar cortes na internet constrangendo artistas e compositores periféricos”. “Definitivamente é uma figura representante da extrema-direita que atenta contra os valores democráticos e todas as bandeiras históricas do PT", diz trecho do comunicado. E acrescenta que, "diante deste cenário, de maneira consequente com a cidade e com a democracia e após intenso debate, a Bancada do PT decidiu desde já posicionar-se contra a candidatura à presidência de Rubinho Nunes, que vem ganhando corpo e foi formalmente indicada pelo União Brasil, e declarar seu apoio à reeleição de Ricardo Teixeira". Partidos justificam apoio à reeleição de Ricardo Teixeira para a presidência da Câmara Municipal de São Paulo. Montagem/g1/Reprodução Ao anunciar o apoio a Ricardo Teixeira, o PL, que tem a segunda maior bancada de vereadores da Câmara de SP, disse que o partido “prioriza uma liderança organizada, estável e alinhada com o trabalho desenvolvido pelo prefeito Ricardo Nunes”. “O atual presidente tem demonstrado competência, capacidade de articulação e firme compromisso com o bom funcionamento do legislativo”, disse o partido. Já o PSD, de Gilberto Kassab, afirmou que “a eleição para a presidência da Câmara Municipal, em 15 de dezembro, terá papel decisivo na estabilidade e no funcionamento do Legislativo em 2026”. “O vereador Ricardo Teixeira tem mostrado capacidade de articulação e compromisso com o diálogo com o prefeito Ricardo Nunes, garantindo avanços em políticas públicas. (...) Sua permanência assegura um legislativo estável e voltado aos melhores aos melhores resultados para a população paulistana”. O PP de Janaína Paschoal falou que “defende a continuidade de um Legislativo estável e produtivo” e que a atual gestão “tem contribuído para avanços importantes e para a harmonia institucional com o Poder Executivo”. PP e Podemos também anunciaram apoio à candidatura de Ricardo Teixeira, que tenta se reeleger presidente da Câmara Municipal de SP. Montagem/g1/Reprodução